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Procuram-se Mulheres Reescritoras

Entre os pertences de sua falecida  avó, Juliana Liconti encontrou o livro A Felicidade da Mulher, que contém uma série de opiniões acerca de como as mulheres devem se comportar e pensar para serem felizes. O livro foi escrito em 1961 e reproduz uma perspectiva machista de submissão do gênero feminino ao masculino.

Na performance relacional Procuram-se Mulheres Reescritoras, Juliana convida pessoas que se identificam com o gênero feminino a reescreverem uma página deste livro, pois a performer parte do entendimento de que as mulheres são sujeitos de sua própria história e, portanto, são elas quem devem escrever um livro cujo tema e título é a felicidade da mulher.

Ao longo da história da humanidade, o gênero feminino foi subalternizado e objetificado, o que, para bell hooks, significa que foi impedido de definir sua realidade, criar sua identidade e nomear sua própria história. Nesse sentido, Procuram-se Mulheres Reescritoras é um gesto de reparação histórica por meio da leitura, discussão de ideias, escrita e compartilhamento de experiências de vida marcadas pelo gênero. Uma ação que convida à reflexão e ao debate público acerca dos diversos entendimentos do que é ser mulher na contemporaneidade, a partir de diferentes cruzamentos interseccionais como raça, classe, idade, sexualidade etc., abrindo espaço para a escuta e a manifestação do dissenso.

Assim como em outras criações da quandonde, Procuram-se Mulheres Reescritoras incentiva à prática artística das transeuntes, independente da área de atuação profissional. Não precisa ser escritora para se tornar coautora do livro, não precisa sequer ser alfabetizada, basta partilhar suas ideias.

 

Esta performance foi realizada pela primeira vez em dezembro de 2023, até o momento 27 páginas foram reescritas por 31 mulheres, e seguirá sendo performada semanalmente até que as 212 páginas do livro sejam reescritas.

Fotografia do Menu Principal: Leo Menin

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