CICLO DE PALESTRAS
A ARTE RISCADA NO MAPA
CARTOGRAFIAS DE ARTE URBANA OCUPANDO ESPAÇOS EM DISPUTA
"Respondendo à afirmação de que estávamos perdendo nosso tempo falando, eu disse que via nossas palavras como uma ação, que nosso esforço coletivo em discutir […] sem censura era uma prática subversiva". bell hooks, 2013, p.93.
"[…] levar as pessoas ao meu redor a fazer as coisas de outra maneira, a olhar o mundo de outra forma, usando a teoria como intervenção, como meio de desafiar o status quo […]". bell hooks, 2013, p.83.
O Ciclo de Palestras “A arte riscada no mapa: cartografando a arte urbana que ocupa espaços em disputa” é um evento de pesquisa ligado à Faculdade de Artes do Paraná (UNESPAR Curitiba II) no qual durante 8 semanas serão realizados encontros para exibição de palestras proferidas por pessoas artistas/pensadoras, seguidas de discussão ‘com’ e ‘sobre’ suas perspectivas quanto à convivência, ocupação e resistência da arte em espaços públicos.
De modo semelhante ao nosso encontro de pesquisa anterior (que pode ser acessado aqui), o debate toma um papel de destaque neste ciclo e, para fomentá-lo, compartilharemos nesta página textos que visam auxiliar a discussão e o aprofundamento nos temas a serem discutidos, encontro a encontro, pelas nossas ilustríssimas convidadas.
Como guia para pensar o sentido de (e o caminho para) construir uma abordagem teórica de uma manifestação artística cuja prática entendemos como urgente e necessária por se incluir em/ e (re)fundar espaços de diálogo no comum, nos inspiramos nos ensinamentos de bell hooks - escritora e professora militante do feminismo negro estadunidense - que no ensaio “A teoria como prática libertadora”, de "Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade" (disponível aqui) nos agracia com a força transformadora da práxis pedagógica. Não teremos um dia dedicado à discussão deste texto, mas pretendemos que ele caminhe conosco como inspiração para as estratégias de trabalho e as perspectivas de diálogo. Tal como a autora, defendemos que há sentido na fundação de uma coletividade que, abrindo mão da mera teoria da ação, promova a ação da teoria que construirá sua pertinência na medida em que possamos nos dedicar sem censura ao risco e ao desafio que o tema nos apresenta. Portanto, acreditamos na dialética contínua da práxis, inerente à relação entre a teoria e a prática.
Outra inspiração está na cartografia como método de conhecer com os acontecimentos, ou seja, a cartografia entendida como um desenho que acompanha as transformações da paisagem, no sentido transduzido proposto por Deleuze e Guattari. Um gesto de escuta e composição com os afetos que atravessam o corpo. Uma cartografia que se faz numa escala de 1:1, proximal, tateante e vagueante.
Por isso tudo, desta vez, trazemos para esse ciclo, a cada semana, diferentes palestrantes que, a partir de seus textos teóricos, refletem sobre ações próprias, abrindo debates para que o fluxo da relação entre prática e teoria (e vice-versa) não se esgote. Provenientes de diversos países (Brasil, Cuba e Portugal) e diversas áreas do conhecimento (artes performativas e visuais, arquitetura, história da arte e geografia) as palestrantes apresentarão cada qual um viés que integra o mosaico de perspectivas do que vem se pensando/agindo em arte urbana contemporânea. Dessa arte – varrida do mapa oficial pelo atual rearranjo do espaço comum e dos agentes que elegem, organizam e cerceiam determinados usos deste espaço – emergirá a arte urbana, ao mesmo tempo continuidade e transformação, alimentada e desnutrida pelo que vem sendo (e não vem sendo) e vem se fazendo (e não vem se fazendo) poeticamente no espaço urbano comum. O convite é, portanto, a um esforço coletivo para subvertermos paradigmas e ocuparmos com nossos pensamentos este espaço em disputa da arte urbana.
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